Fim de semana de luto e comoção em Acajutiba e Esplanada com as perdas de Mirinha Carvalho e Fabrício Pimenta

O fim de semana foi de profunda tristeza e comoção nas cidades de Acajutiba e Esplanada, no interior da Bahia. Em um intervalo de poucas horas, a região perdeu duas figuras queridas e ligadas às artes e à cultura popular: a trapezista Valdemirian Alves de Carvalho Marques, conhecida como Mirinha Carvalho, de 28 anos, e o professor e gestor cultural Fabrício de Carvalho Pimenta, de 48 anos.

Mirinha Carvalho: talento, coragem e uma partida precoce

O corpo de Mirinha Carvalho foi sepultado na manhã desta segunda-feira (27), em Acajutiba, sob forte comoção, homenagens e aplausos. A jovem artista faleceu na noite do último sábado (25), durante uma apresentação no Circo de Touros São Geraldo, na cidade de Cumbe, em Sergipe.

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Criada pela mãe após a morte precoce do pai, Mirinha enfrentou uma infância marcada por dificuldades ao lado dos três irmãos. Recentemente, a família havia perdido outro irmão, tornando a dor ainda mais intensa. Mãe de seis filhos, Mirinha deixa um grande vazio, especialmente para os pequenos, sendo uma das crianças ainda muito recente. Nas redes sociais, amigos e familiares destacam como ela era dedicada e atenta aos filhos, equilibrando com carinho a maternidade e a vida artística. Admirada por sua alegria, coragem e talento, Mirinha era considerada uma das promessas do circo regional. Colegas, amigos e admiradores lembram da artista que encantava o público com leveza, simpatia e dedicação.

Fabrício Pimenta: legado de arte, educação e paixão

Enquanto Acajutiba se despedia da trapezista, Esplanada vivia o luto pela morte de Fabrício Pimenta, ocorrida na sexta-feira (25), aos 48 anos. Professor, ator, escritor e gestor cultural, Fabrício foi um dos maiores nomes da cultura esplanadense e baiana, conhecido por sua atuação incansável em defesa da arte, da educação e da cultura popular.

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Ao longo de sua trajetória, Fabrício foi Secretário Municipal de Cultura e Turismo de Esplanada, fundou o primeiro grupo oficial de teatro da cidade e idealizou o 1º Festival de Teatro de Esplanada, abrindo caminhos para as artes cênicas da região. Dirigiu por vários anos o espetáculo “A Paixão de Cristo”, emocionando o público local, e chegou a atuar na montagem de “A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém”, exibida pela TV Globo. Além de sua atuação em Esplanada, lecionou por muitos anos em Acajutiba, conquistando o carinho e respeito de alunos e colegas.

Quem foi seu aluno sabe bem o quanto Fabrício ensinava com paixão, generosidade e alegria. Seu famoso bordão — “Pimenta que esquenta, arrebenta e faz a diferença!” — continuará ecoando nos corações daqueles que tiveram o privilégio de conviver com ele.

Um legado de inspiração

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As mortes de Mirinha e Fabrício deixaram um vazio imenso nas comunidades de Acajutiba e Esplanada, que passaram o fim de semana mergulhadas em luto. Ambos deixam como legado o amor pela arte, pela cultura e pela vida, inspirando gerações a seguirem acreditando na força transformadora da expressão artística. Para a família de Mirinha, a dor é ainda maior, pois ela deixa seis filhos, incluindo um ainda muito pequeno, tornando sua ausência especialmente sentida e deixando um exemplo de dedicação e amor incondicional.