A prefeitura de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, suspendeu os festejos com bandas e trios elétricos que seriam feitos em homenagem aos 61 anos de emancipação da cidade. A decisão publicada nesta terça-feira (25) tem como justificativa a morte de Gabriel Silva da Conceição Junior, criança de 10 anos, que morava na cidade.
Gabriel foi atingido por disparo de arma de fogo no domingo (23), enquanto brincava na porta de casa, no bairro de Portão. Ele foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada de segunda-feira (24).

A decisão da prefeitura de Lauro de Freitas foi publicada no Diário Oficial da cidade e nas redes sociais.
Com a suspensão, fica mantido apenas a Missa de Emancipação na Praça Matriz, na segunda-feira (31). A missa será em parceria com a Orquestra Sinfônica de Lauro de Freitas, o Coro Infanto-juvenil do Núcleo NEOJIBA e corais da Igreja.
Os festejos aconteceriam entre sábado (29) e segunda-feira (31), mas a prefeitura não informou quais bandas fariam shows na cidade.
Mãe relata caso
A mãe do garoto, Samile Costa, contou que Gabriel estava sentado na calçada, na frente de casa, por volta das 16h, quando equipes da 52ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), chegaram na localidade, em uma viatura, disparando sem alvo específico. A mãe da criança ainda reforçou que não houve troca de tiros na região.
“Foi a polícia que entrou atirando e eu quero justiça, que eles percam a farda deles. Tiraram um pedaço de mim, o meu sonho, a minha vontade de viver. Eles tiraram todo o prazer da minha vida, destruíram”, disse a mãe do garoto.
“Uma criança estudiosa, carinhosa, eu não tenho o que falar do meu filho. Eles dizerem que meu filho, uma criança de 10 anos, estava em uma boca de fumo? Eu não aceito, meu filho não estava”, concluiu, desolada.
A Polícia Civil informou que o caso é investigado pelo Departamento de Polícia Metropolitana (Depom). As primeiras apurações do caso foram realizadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e a unidade territorial seguirá com a investigação.